Cerca de quinze leituristas realizaram uma manifestação na manhã desta
terça-feira (10), em frente a empresa Potência, na Rua Coronel José Luiz
dos Santos, em Apucarana. O motivo principal da mobilização, que
começou por volta das 9h, seria o atraso no pagamento. A empresa é
terceirizada e presta serviços à Companhia Paranaense de Energia
(Copel).
Os funcionários alegam que o salário atrasa todo mês e que não recebem a ajuda de custo, como aluguel
da moto e vale gasolina. "Nós usamos o nosso veículo para trabalhar, e
com os atrasos, temos que pagar o combustível com dinheiro do nosso
bolso", reclama Jeferson Soares, 25 anos, que trabalha na empresa há 5
meses.
Vagner Soares, 22 anos, que é leiturista da Potência há 3 meses, afirma
que a empresa não deposita o valor total do salário, alegando que os descontos
estão de acordo com as horas trabalhadas no dia. "Eu já cheguei a fazer
hora extra no sábado e no domingo, e na hora de receber eles sempre
atrasam, dizendo que eu estou brigando por causa de cem reais".
Soares também explicou que os funcionários são contratados para cumprir
uma meta diária, independente do número de horas trabalhadas no dia. "O
dono da empresa disse que descontou o meu salário de acordo com o que
eu trabalhei no dia, mas eu cumpri a meta estipulada", contou Vagner.
O prazo final para o pagamento salarial é no quinto dia util todo mês, e o aluguel da moto
mais a gasolina, deve ser repassada aos trabalhadores até o dia 20.
Mas, de acordo com Sérgio Antônio dos Santos, 42 anos, a empresa não
cumpre com as datas estipuladas. "Faz quase três anos que trabalho aqui,
e sempre recebo depois do dia 20, e o vale gasolina sempre no mês
seguinte", afirma.
O TN Online entrou em contato com a Potência. A empresa explicou que
realmente os funcionários trabalham seguindo uma meta de dois livros por
dia, o que corresponde a 240 leituras cada um. Segundo o Supervisor
Administrativo Francisco Carlos, os descontos acontecem quando o número
estipulado não é completado. "Nós possuímos um sistema de monitoramento
para saber se os funcionários estão cumprindo o serviço. Alguns fazem
apenas um livro, e antes das 14h já vão para casa", explicou.
O supervisor também garantiu que pode provar,
através do sistema que monitora os serviços, que a empresa não está
lesando os funcionários. "Eu assumo que já atrasamos os salários, isso
pode acontecer em qualquer empresa, mas não admito que digam que
estávamos fazendo descontos indevidos, pois podemos provar que eles não
estão cumprindo a meta estipulada", finalizou.
Os funcionários pretendem acionar a Copel se não chegarem a um acordo com a empresa.
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